Resultados

O gráfico mostra que os recursos doados em 2020 foram bem divididos entre diversos tipos de beneficiários, diferentemente do que costumava ocorrer antes da pandemia, quando as organizações sociais ficavam com uma parcela maior das doações.

Grupos de pessoas que se mobilizam para ajudar, também conhecidos como coletivos, ficaram com 8% das doações, assim como as campanhas de ajuda.

Ao se comparar com o gráfico de 2015, é possível perceber claramente o deslocamento dos recursos das organizações sociais, o que explica, em parte, a crise enfrentada por essas instituições.

Observação: os percentuais não somam 100% porque só os doadores responderam. O que faltaria para completar 100% são as pessoas que não doaram dinheiro em 2020.

Mais da metade dos doadores costuma contribuir apenas para uma instituição, e o percentual cai na medida em que a quantidade de beneficiárias sobre.

É interessante reparar que há um proporção relativamente grande (13%) dos doadores que não soube informar para quantas instituições contribui em 2020. Esse fenômeno pode ser consequência do fato de que muitos doadores contribuíram para coletivos e campanhas (gráfico anterior), e não especificamente para organizações formais.

Os dados do gráfico confirmam os resultados obtidos pela Pesquisa Doação Brasil 2015 em termos de distribuição dos doadores pela quantidade de instituições beneficiadas, porém, na edição passada, não houve praticamente ninguém que não soubesse responder à pergunta.

A parcela das organizações beneficiárias vinculadas a igrejas se manteve estável em cerca de 30%, como era em 2015.

Mais da metade dos doadores já visitaram as instituições beneficiadas, o que representa um aumento significativo em relação a 2015 e chega a surpreender, se considerarmos que em 2020 houve longos períodos de isolamento social.

Esse crescimento da proporção de doadores que visitaram as organizações beneficiadas por representar também a tendência a doar para instituições mais próximas e envolvidas com apoio à comunidade local.

O gráfico indica que as formas mais efetivas de abordagem são por telefone e pessoalmente.

É interessante comparar essas respostas com a opinião das pessoas sobre quais são as formas de abordagem mais convenientes no próximo gráfico. Parece que há uma incongruência entre os meios que os doadores mais apreciam e aqueles que mais funcionam na captação de doações.

Observação: Esta pergunta não foi feita dessa mesma forma na Pesquisa Doação Brasil 2015, por isso não há gráfico comparativo.

Um pouco mais da metade dos doadores pode ser considerado doador recorrente, já que costuma doar doze vezes ou mais por ano. A outra metade doa em menor frequência, com uma certa concentração entre os que doam quatro vezes por ano (uma vez a cada três meses) e os que fizeram apenas um doação em 2020.

Em 2015, quase dois terços dos doadores estavam entre os que doavam doze vezes por ano ou mais, ou seja, houve uma queda de mais de 10 pontos percentuais nesse grupo.

Os valores doados em 2020 estão abaixo dos valores apurados na Pesquisa Doação brasil 2015, e refletem a longa crise econômica enfrentada pelo Brasil.

O maior volume de doações se concentra na faixa de R$ 121 a R$ 240 por ano, o que representa algo entre R$ 10 e R$ 20 por mês.

O fato do valor da média (R$ 967) ser mais alto do que o da mediana (R$ 200) dos valores doados indica que existem algumas doações maiores, que estão influenciando o valor da média. Esse efeito é coerente com o fato de que as classes com maior poder aquisitivo terem se envolvido muito com doações em 2020.

Quando comparados com os valores doados em 2015, há uma queda de R$ 250 para R$ 200.

Mediana 2020 = R$ 200,00    Mediana 2015 = R$ 250,00

Média 2020 = R$ 967,00         Média 2015 = R$ 485,78

A soma de todas as doações institucionais (para organizações/iniciativas socioambientais) realizadas por indivíduos em 2020 foi de R$ 10,3 bilhões, que corresponde a 0,14% do PIB.

Com a queda do número de doadores e do valor doado, o volume total das doações ficou significativamente menor do que o apurado em 2015, quando o total somou R$ 13,7 bilhões, equivalente a 0,23% do PIB daquele ano.

Observação: as comparações foram feitas em valores nominais, ou seja, não foi aplicada a correção monetária sobre os valores de 2015.