Resultados

As regiões Nordeste, Sudeste e Norte contam com proporções de doadores muito próximas, com variação dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais.

Já nas regiões Sul e Centro Oeste, a proporção de doadores fica bem abaixo da média nacional, que é de 37%.

Esses resultados, quando comparados com a Pesquisa Doação Brasil 2015, mostram que houve pouca alteração na classificação das regiões. Ocorreu apenas uma troca de lugares entre o Sul e o Centro-Oeste, nas duas últimas posições.

Observação: não existem recortes a serem aplicados para esta pergunta porque ela já é um recorte por região.

No Brasil, de um modo geral, as mulheres costumam ser mais doadoras do que os homens, o que foi confirmado na Pesquisa Doação Brasil 2020.

Quando comparados aos resultados de 2015, o que se percebe é um aprofundamento da distância entre os gêneros. Em 2015, 7 pontos percentuais separavam os homens das mulheres. Em 2020, a diferença cresceu para 9 pontos percentuais.

Observação: não existem recortes a serem aplicados para esta pergunta porque ela já é um recorte por gênero.

O gráfico mostra que o brasileiro vai se tornando mais doador na medida em que a idade avança, porém há um recuo entre aqueles com 50 anos ou mais, que pode representar uma eventual queda da receita com a aposentadoria.

Porém, ao se comparar os resultados com a Pesquisa Doação Brasil 2015, percebe-se um fenômeno interessante: a única faixa etária na qual a concentração de doadores aumentou foi a dos jovens entre 18 e 29 anos, o que pode indicar que as novas gerações são mais propensas à doação.

Observação: não existem recortes a serem aplicados para esta pergunta porque ela já é um recorte por idade.

O gráfico mostra que, de um modo geral, as pessoas que afirmam ter religião costumam doar mais do que o grupo que se declara sem religião.

Entre as diferentes vertentes religiosas, o percentual de doadores é bastante próximo, com destaque para o grupo dos espíritas.

Esses resultados confirmam o que foi reportado na Pesquisa Doação Brasil 2015, e mostram que houve queda na prática da doação em todos os grupos.

Observação: Devido ao baixo percentual de pessoas que declararam outras religiões, os resultados foram desconsiderados no gráfico por não serem estatisticamente relevantes.

Observação: não existem recortes a serem aplicados para esta pergunta porque ela já é um recorte por religião.

O gráfico confirma o que se poderia esperar, ou seja, a prática da doação cresce na medida em que o grau de escolaridade aumenta, sendo que aqueles com ensino superior doaram bem acima da média brasileira.

Quando comparamos esse resultado com os da Pesquisa Doação Brasil 2015, vemos que a queda da proporção de doadores entre os menos escolarizados foi muito grande nesses cinco anos. E também percebemos que a o único grupo no qual houve crescimento da prática de doação foi entre os mais escolarizados.

Observação: não existem recortes a serem aplicados para esta pergunta porque ela já é um recorte por escolaridade.

O gráfico traz uma série de indicações muito relevantes.

A primeira delas é que a queda no percentual geral de doadores no Brasil deveu-se preponderantemente à redução de doadores com renda até 2 salários mínimos. Porque desse patamar para cima, em todas as faixas há uma maior concentração de doadores do que a média brasileira (37%). .

Porém, o tamanho da população com renda até 2 salários mínimos é tão maior que as demais, que uma mudança de comportamento nela, tem um impacto grande no desempenho de todo o País.

Também vale ressaltar que nas duas faixas de renda mais altas, a prática da doação extrapolou metade do grupo.

Quando comparamos esses resultados com os da Pesquisa Doação Brasil 2015, vemos que houve queda no percentual de doadores em todas as faixas de renda, exceto nas duas mais altas.

Observação: não existem recortes a serem aplicados para esta pergunta porque ela já é um recorte por renda.

As características mais comuns entre os doadores institucionais se mantiveram inalteradas desde 2015.

São mulheres, com idade próxima as 40 anos, que têm religião e um bom nível de satisfação com a própria vida.

Os resultados das perguntas sobre as motivações para doar apontam, principalmente, para importância dos fatores emocionais.

A maioria dos doadores considera a solidariedade com os mais necessitados como sua principal motivação. Em segundo lugar vem a explicação de que doar em dinheiro é mais prático e cômodo do que outros tipos de doação, tais como bens e trabalho voluntário. E em terceiro lugar, surge a sensibilidade com a causa.

Quando comparado ao gráfico de 2015, os três primeiros lugares se mantêm os mesmos, apenas com uma inversão entre segundo e terceiro lugar, o que indica uma certa estabilidade na forma de pensar dos doadores institucionais.

Ao tentar identificar as motivações do doador por meio de respostas estimuladas, há um diferença interessante em relação às respostas espontâneas (gráfico anterior).

O motivo ‘porque tenho pena dos menos favorecidos’, que ocupa o primeiro lugar na resposta espontânea, cai para a nona posição, cedendo espaço para razões mais focadas no próprio doador e em seu papel como cidadão.

‘Porque me faz bem’ e ‘Porque ajuda meu desenvolvimento como pessoa’ são consideradas explicações importantes, reforçando a noção de que doar faz bem para o doador.

‘Porque acredito que todos precisamos participar da solução dos problemas’, ‘Porque quero dar exemplo’ e ‘Porque quero retribuir à sociedade’ são motivações que demonstram a relevância do viés cidadão da doação.

Ao comparar esses resultados com os da Pesquisa Doação Brasil 2015, percebe-se que quase todas as motivações ganharam relevância ao longo dos últimos cinco anos, com destaque para a confiança na organização beneficiada (19 pontos percentuais) e para a sensibilidade em relação à causa (17 pontos percentuais).

Mais da metade dos doadores costuma contribuir apenas para uma instituição, e o percentual cai na medida em que a quantidade de beneficiárias sobre.

É interessante reparar que há um proporção relativamente grande (13%) dos doadores que não soube informar para quantas instituições contribui em 2020. Esse fenômeno pode ser consequência do fato de que muitos doadores contribuíram para coletivos e campanhas (gráfico anterior), e não especificamente para organizações formais.

Os dados do gráfico confirmam os resultados obtidos pela Pesquisa Doação Brasil 2015 em termos de distribuição dos doadores pela quantidade de instituições beneficiadas, porém, na edição passada, não houve praticamente ninguém que não soubesse responder à pergunta.

O gráfico indica que as formas mais efetivas de abordagem são por telefone e pessoalmente.

É interessante comparar essas respostas com a opinião das pessoas sobre quais são as formas de abordagem mais convenientes no próximo gráfico. Parece que há uma incongruência entre os meios que os doadores mais apreciam e aqueles que mais funcionam na captação de doações.

Observação: Esta pergunta não foi feita dessa mesma forma na Pesquisa Doação Brasil 2015, por isso não há gráfico comparativo.

De um modo geral, as pessoas tendem a preferir modos de abordagens mais distantes e impessoais. Por isso, anúncios via rádio, TV, redes sociais ou pela internet aparecem como mais convenientes, enquanto as abordagens pessoais ou por telefone são consideradas muito inconveniente por uma parcela grande dos doadores.

Entretanto, ao comparar esses resultados com os da Pesquisa Doação brasil 2015, percebe-se que o doador brasileiro está desenvolvendo uma maior receptividade às abordagens pessoais e por telefone.

Porém, nem sempre o que o doador considera mais conveniente é a forma mais efetiva de obter a doação, como se pode ver no gráfico anterior que mostra qual foi o meio de abordagem para as doações que se concretizaram.

De um modo geral, os doadores afirmam que escolhem com cuidado as causas para as quais vão doar e que buscam se informar sobre as instituições beneficiárias. Eles também demonstram fidelidade a essas instituições, doando para as mesmas, ano após ano.

Porém, quando comparado aos resultados de 2015, percebe-se uma ligeira redução naqueles que dizem escolher com cuidado a causa e um pequeno aumento nos que declaram fazer doações movidos pela emoção do momento.

Essa mudança pode ser reflexo do impacto das campanhas de captação de recursos realizadas durante a pandemia.

O gráfico mostra que os doadores brasileiros se sentem muito satisfeitos com as doações que fazem, pretendem continuar doando e admitem indicar as organizações para as quais doam para que outros doem também.

Observando o gráfico comparativo com 2015, percebe-se que esses sentimentos são compartilhados por uma proporção maior de doadores atualmente.

Apesar das incertezas, em um momento de crise econômica e social, mais de um terço dos doadores pretende doar mais em 2021 do que fez no ano anterior, e 44% planeja doar o mesmo valor.

Essas respostas trazem uma perspectiva positiva, de aumento no volume total de doações individuais em 2021.

O desejo de doar mais e a consciência do aumento da necessidade entre os mais vulneráveis são as principais justificativas para aqueles que planejam doar mais em 2021 do que fizeram no ano anterior. Mas a possibilidade de doar mais também é a razão de 15% desses doadores.

Entre aqueles que pretendem doar menos em 2021 do que no ano anterior, a falta de recursos, a perda do emprego e os próprios problemas trazidos pela pandemia justificam a decisão.