Resultados

Cerca de um terço dos brasileiros não fez nenhum tipo de doação em 2020, uma proporção onze pontos percentuais acima do registrado na Pesquisa Doação Brasil 2015.

A falta de recursos é o motivo apontado por quase 40% dos não doadores, mas a indicação da falta de confiança nas organizações que pedem também contou com o considerável percentual de 25% (13% + 12% da soma da segunda e terceira barras).

O gráfico mostra de forma clara que a doação já vem deixando de ser praticada pela maioria dos não doadores de 2020, o que reflete o longo período de dificuldades que representaram os últimos cinco anos.

Quando se compara este gráfico com os resultados da Pesquisa Doação Brasil 2015, se percebe que naquela ocasião, mais de um terço dos não doadores havia doado nos cinco anos anteriores.

A falta de recursos financeiros e o desemprego aparecem como as razões da não doação para dois terços dos entrevistados, e as dificuldades trazidas pela pandemia para mais 11%.

A desconfiança em relação às organizações sociais ocupa o sexto lugar, bem diferente do que acontece com os não doadores há mais de cinco anos.

Quando comparado ao gráfico da Pesquisa Doação 2015, é possível ver que a desconfiança era consideravelmente mais forte naquela ocasião.

Quando o entrevistado é apresentado a uma série de razões possíveis para não doar, a falta de dinheiro e questões relacionadas financeiras continuam sendo as mais apontadas.

Mas o quarto lugar indica que parte dos não doadores não se sente responsável por contribuir para a solução dos problemas socioambientais, bem o oposto do posicionamento dos doadores.

O quinto lugar é surpreendente porque mostra que um pouco menos de um quarto dos não doadores nunca foi abordado para fazer doação.

E só em sexto lugar surge a desconfiança em relação às organizações sociais.

Ao comparar esses resultados com os da Pesquisa Doação 2015, é possível constatar um recuo significativamente grande da importância da afirmação de que resolver os problemas sociais é responsabilidade do governo e também da desconfiança em relação às organizações sociais.

O gráfico mostra que um pouco mais da metade das pessoas que não doaram nada em 2020, admitem a possibilidade de mudar de postura, mediante alguma condição.

Esse percentual (51%) é significativamente mais alto do que o registrado pela Pesquisa Doação Brasil 2015 (40%), o que indica uma maior propensão dos não doadores a se tornarem doadores.

As condições apontadas pelos entrevistados podem ser agrupadas em três categorias.

1. Ter mais recursos para doar.
2. Encontrar a oportunidade de doar para uma causa que o sensibilize.
3. Encontrar organizações sociais mais transparentes.

Se somarmos os percentuais integrantes de cada categoria, veremos que a segunda – encontrar oportunidade de doar para uma causa que o sensibilize – é a mais mencionada.

Isso confirma a abertura dessas pessoas para fazerem futuras doações.