Resultados

Entre os diversos destinos possíveis para as doações em dinheiro, as organizações da sociedade civil (OSCs/ONGs) são as que receberam o maior número de doações.

As ONGs haviam caído um pouco na preferência em 2020, mas se fortaleceram novamente. Por outro lado, as campanhas de ajuda, que no ano da pandemia foram escolhidas muitas pessoas, reduziram sua participação para. Uma queda similar ocorreu nas doações dirigidas a grupos de pessoas que se mobilizam para ajudar.

Outra mudança significativa foi a quantidade de pessoas que declararam dar esmolas, que subiu para 15%. Esse dado está bastante alinhado com o aumento da preocupação da sociedade com os moradores de rua, apontado no gráfico sobre causas.

Como nas demais edições da Pesquisa Doação Brasil, a causa da infância ocupa o primeiro lugar na preferência dos brasileiros, sendo que em 2022 quase a metade (46%) dos doadores declararam ter feito doações para essa causa.

Destaca-se também o salto registrado na causa de pessoas em situação de rua, que saiu de 1%, em 2020, para 10%, em 2022.

O valor das doações institucionais cresceu em dois anos. A mediana saltou de R$ 200, em 2020, para R$ 300, em 2022, conforme mostra o quadrinho.

Observação: Para efeito de cálculo dos valores, no gráfico acima foi desprezada a fatia de 28% dos doadores institucionais que não souberam informar quanto doaram,

A partir da mediana do valor anual doado por pessoa e o percentual da população que faz
doações, é possível estimar o volume total doado por indivíduos, em 2022, para organizações
ou iniciativas socioambientais.

Concluímos que o volume total de doações, em 2022, foi de R$ 12,8 bilhões.
Outra forma de comparar esses valores é apurando o quanto eles correspondem em termos
de fatia do PIB. Sob esse ponto de vista, percebemos que o volume total doado permaneceu
estável entre 2020 e 2022, mas caiu muito em relação a 2015.

A Pesquisa Doação Brasil 2022 confirmou a tendência de queda na prática da doação mensal e do aumento das doações trimestrais. Essa mudança de comportamento do doador, seguramente, gera impacto sobre a sustentabilidade financeira das ONGs.

Mais uma tendência confirmada é a adesão dos doadores ao PIX. O instrumento de pagamento surgido em 2020 já conquistou a preferência de 39% dos doadores, enquanto a doação em dinheiro vivo vai sendo cada vez menos adotada. Também chama a atenção o aumento no percentual dos que declararam ter feito doação na forma de arredondamento, isto é, abrindo mão do troco de centavos para que o estabelecimento comercial encaminhe o valor para alguma ONG.